Desemprego desce à custa da emigração, ocupação e desencorajamento

Comunicado de Imprensa n.º 033/14

De acordo com o Eurostat a taxa de desemprego do mês de Abril foi de 14,6%, atingindo a 753 mil desempregados. Mantém-se como a quinta taxa mais elevada da UE 28 e a quarta da Zona Euro. Entre menores de 25 anos a taxa foi de 36,1% e atingiu 141 mil jovens. Segundo a mesma fonte estas percentagens são inferiores às registadas no mês anterior e há um ano atrás.

Estes dados subavaliam a verdadeira dimensão do desemprego no país. Em primeiro lugar porque não têm em conta os desempregados desencorajados que deixaram de procurar emprego e que no 1º trimestre desde ultrapassaram os 276 milhares.

Em segundo lugar porque não incluem os cerca de 170 mil desempregados ocupados em medidas activas de emprego que o Governo usa para mascarar a verdadeira dimensão do desemprego e conter a revolta dos desempregados. O gráfico mostra a evolução destas medidas a partir de 2013 e o seu impacto na diminuição dos desempregados contabilizados pelo Eurostat.

desemprego

 

 

 

 

 

 

Fonte: Eurostat e IEFP (Ocupados incluem o trabalho socialmente necessário, estágios e formação profissional).

Por outro lado, esta variação ocorre num contexto de retoma da emigração fazendo lembrar os piores anos da década de 60 do século XX. No último ano, entre o 1º trimestre de 2014 e o mesmo de 2013, a população em idade activa (15-64 anos) diminuiu 69,5 milhares, sobretudo devido à emigração, em especial de jovens qualificados.

Nenhuma destas situações é contabilizada no desemprego estimado pelo Eurostat. Se ao desemprego apurado por esta instituição se adicionassem os inactivos disponíveis e indisponíveis[1] e os desempregados ocupados em programas do IEFP, o número real de desempregados ascenderia a 1.225 milhares. E há ainda que considerar os cerca de 245 mil subempregados a tempo parcial que estão disponíveis para trabalhar mais horas. No total são cerca de 1 milhão e 500 mil os desempregados e subocupados em Portugal.

Nenhuma destas situações é contabilizada no desemprego estimado pelo Eurostat. Se ao desemprego apurado por esta instituição se adicionassem os inactivos disponíveis e indisponíveis[1] e os desempregados ocupados em programas do IEFP, o número real de desempregados ascenderia a 1.225 milhares. E há ainda que considerar os cerca de 245 mil subempregados a tempo parcial que estão disponíveis para trabalhar mais horas. No total são cerca de 1 milhão e 500 mil os desempregados e subocupados em Portugal.

Acresce que a maioria dos desempregados não tem acesso a qualquer prestação de desemprego – menos de 290 mil têm subsídio de desemprego e 69 mil apenas o subsídio social de desemprego.

Em conclusão: a redução da taxa de desemprego não resulta da criação de novos empregos, mas de factores que revelam um crescente empobrecimento do país, como sejam: a emigração, em especial de jovens qualificados; o aumento do número de desempregados que deixaram de procurar emprego (desencorajados); o aumento do número dos ocupados em planos do IEFP e situações de subemprego que, tendo efeitos estatísticos, não conseguem esconder que o país está a piorar todos os dias para a maioria esmagadora dos portugueses.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 03.06.2014

[1] Estimados no 1º trimestre de 2014 pelo INE.