A Fiequimetal e os seus sindicatos SITE Norte, SIESI, SITE Centro-Norte e SITE CSRA saudaram os trabalhadores das empresas do Grupo EDP, pela adesão expressiva à greve de anteontem, a mostrar determinação e coragem na luta pelo aumento do salário e pela valorização profissional.
A greve - tal como a concentração de trabalhadores junto da sede da holding (na foto), à mesma hora em que ali se reunia a assembleia de accionistas - deu força à luta pelo aumento dos salários, pela melhoria do regime de disponibilidade e pela valorização das carreiras.
Nesta greve, com expressão nacional e com forte afectação de serviços, foi demonstrado o descontentamento vivido entre os trabalhadores, alertando para uma gestão «da folha de Excel», que teima em não reconhecer o empenho e a valorização profissional dos seus trabalhadores - refere-se numa informação difundida aos trabalhadores.
A administração limita-se ao marketing político, passando para fora a imagem de uma empresa de sucesso, quando, no seu interior, existe uma larga maioria de trabalhadores desmotivados e defraudados, face às expectativas criadas quando da sua admissão.
Proposta salarial de miséria
A miséria dos 0,8 por cento de actualização salarial, que a administração mantém, na mesa negocial, contrasta com o sucesso dos indicadores económicos:
- cerca de 750 milhões de euros distribuídos aos acionistas,
- 820 milhões de euros de resultados líquidos,
- 10 milhões de euros em remunerações para a equipa do Conselho de Administração Executivo, paga como sendo de formula 1 em gestão,
- dois milhões de euros de remuneração a um ex-CEO, para estar de poltrona.
Os lucros e os prémios de boa gestão só são possíveis porque, fora dos gabinetes do CAE, existem as pessoas que dedicam o melhor de si para garantir uma empresa de excelência.
Caminho para acordo
Na reunião de negociação, realizada dia 6, a Fiequimetal reafirmou a sua disponibilidade para alcançar um acordo que valorize os salários, perante o agravamento do custo de vida, e que reponha ganhos de produtividade.
A proposta sindical, para uma actualização dos salários em 70 euros, representa apenas mais 6,5 milhões de euros anuais, incluindo os encargos para a Segurança Social. Em comparação com os lucros e com os salários do Conselho de Administração, este valor representa pouco mais que «trocos».
Mas apenas uma parte se mostra disponível para chegar a um acordo.
Com a afronta que constituem os colossais lucros e os dividendos distribuídos no banquete de ontem dos accionistas, a administração da EDP revela não existir a mínima preocupação com a degradação do poder de compra dos trabalhadores e com a economia nacional.
A administração não deixa outro caminho, que não seja o da luta.
Os sindicatos vão realizar reuniões e contactos com os trabalhadores, para avaliar o tipo de acções a levar a cabo.
Fonte: Fiequimetal